15 de abril de 2020 - Noticia
As diferentes formas de vedar um vinho
Quem já provou um vinho com problemas de rolha sabe da importância que esse item tem na conservação do produto. As formas mais comuns de vedação são através de cortiça, borracha (sintética) ou então tampa rosca (screw cap), mas você sabia que existem variações dentro desses materiais e até mesmo rolha de vidro?
Vamos falar um pouco sobre cada uma dessas formas de se vedar uma garrafa:
A cortiça, material mais tradicional para a vedação das garrafas de vinho, é extraída do sobreiro, árvore que leva cerca de 20 anos para atingir espessura suficiente na casca para extração das rolhas. Por ser um produto natural, é bastante suscetível ao TCA (tricloroanisol).
Estima-se que 2 a 5% dos vinhos vedados com rolhas de cortiça têm problemas ocasionados por esse composto químico, por isso, não raro apreciadores serem pegos de surpresa ao degustarem um vinho que já conheciam, mas que não parece estar em sua forma habitual.
⠀⠀⠀Apesar desses problemas, a cortiça é charmosa e ainda predomina entre as principais escolhas dos produtores na hora de vedar seus vinhos. Desse mesmo material, existem variações:
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ROLHA DE CORTIÇA MACIÇA:
As rolhas feitas apenas com cortiça são as melhores opções quanto à qualidade. Apresentam bastante longevidade, aderência, elasticidade e permeabilidade, permitindo a evolução gradativa do vinho. Quanto mais larga, longa e elástica for a rolha, melhor para que ela tenha firmeza e consiga vedar a boca da garrafa.
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⠀ROLHA DE AGLOMERADO DE CORTIÇA:
É um tipo mais barato de produção e material, já que é feita de cortiça moída (com as sobras da produção das rolhas maciças) e um tipo de cola. A durabilidade e a elasticidade são menores e, às vezes, a cola pode interferir no aroma dos vinhos. Para que isso não aconteça, muitos produtores adicionam um disco de cortiça maciça no local onde a rolha entra em contato com o vinho.
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ROLHA DE ESPUMANTE:
É produzida com três partes diferentes: a parte superior é feita de aglomerado de cortiça com alta rigidez, para que seja possível segurar e extrair a rolha com a mão. A parte inferior, que fica no interior da garrafa, é feita de cortiça aglomerada mais elástica, para sair com maior facilidade. Por fim, a parte que fica mais próxima ao líquido é de cortiça maciça, a fim de a garantir a vedação e preservar o aroma do vinho.
ROLHAS SINTÉTICAS
Produzidas a partir de um material plástico reciclável, são mais indicadas para vinhos de consumo rápido, com expectativa de vida inferior a cinco anos, pois não permite a entrada de ar para o processo evolutivo necessário aos vinhos de guarda. Estima-se que 20% das garrafas produzidas hoje são vedadas com rolhas sintéticas.
SCREW CAP
A screw cap, ou simplesmente tampa de rosca, proporciona um fechamento hermético, evitando a evolução oxidativa do vinho. Sendo assim, o consumidor tem acesso a uma bebida jovem e fresca, mais semelhante àquela que acabou de sair do engarrafamento.
Além disso, como no caso das rolhas sintéticas, a tampa de rosca também evita o efeito do TCA no vinho, bem como permite o armazenamento das garrafas na vertical, pois o líquido não precisa ficar em contato com a tampa. Sua abertura também é muito prática, não necessitando de saca rolhas.
Vinhos novos, frescos e rosés, beneficiam-se da tampa de rosca, pois necessitam de boa preservação dos aromas. O screw cap não compromete a qualidade da bebida, sendo contraindicado apenas para vinhos previstos para guarda.
ROLHAS DE VIDRO
Ainda pouco comuns, as rolhas de vidro são um charme a parte. São totalmente inertes, evitando interferências no aroma do vinho. Oferecem boa vedação graças a um anel de silicone que impede a entrada de oxigênio. Sua utilização começou nos anos 2000 e é uma tendência crescente para vinhos jovens, sendo o único impedimento os custos ainda elevados.